Com a crescente adoção de tecnologias mais sustentáveis no setor automotivo, os veículos híbridos têm ganhado cada vez mais espaço nas ruas. Unindo um motor de combustão interna com um motor elétrico, esses modelos oferecem eficiência energética e menor emissão de poluentes. No entanto, esse tipo de motorização também traz novos desafios para a lubrificação do sistema
Como funciona um veículo híbrido?
Antes de falarmos em lubrificação, vale relembrar: um veículo híbrido combina dois sistemas de propulsão, um motor a combustão (geralmente movido a gasolina ou etanol) e um motor elétrico, alimentado por baterias. O funcionamento pode variar conforme o modelo (híbrido leve, completo ou plug-in), mas o princípio é o mesmo: alternar ou combinar os dois motores para garantir melhor desempenho com menor consumo.
Esse sistema, no entanto, altera o comportamento térmico e mecânico do motor a combustão. E isso impacta diretamente o papel do lubrificante.
Quais os desafios da lubrificação em veículos híbridos?
1. Ciclos de partida mais frequentes
Como o motor elétrico é usado em baixas velocidades e retomadas, o motor a combustão entra em funcionamento com menor frequência, mas quando entra, é geralmente em regime de carga maior. Isso exige que o lubrificante esteja sempre pronto para atuar com alta eficiência, mesmo após longos períodos de inatividade.
2. Temperaturas mais baixas no motor
Nos híbridos, o motor a combustão opera com menor temperatura média. Parece bom, mas isso dificulta a evaporação da água e dos combustíveis não queimados. Resultado: há maior risco de contaminação do óleo, o que exige maior resistência à oxidação e à degradação química.
3. Menor tempo para formar a película lubrificante
A transição constante entre o motor elétrico e o motor a combustão exige um lubrificante que forme rapidamente a película protetora entre as peças móveis. Se isso não acontece, há risco de atrito excessivo e desgaste prematuro.
Soluções modernas: lubrificantes específicos para híbridos
Para lidar com esses desafios, as principais fabricantes de lubrificantes vêm desenvolvendo fórmulas específicas para motores híbridos. Esses produtos oferecem:
- Baixa viscosidade (ex: 0W-16, 0W-20) para facilitar partidas a frio e formar a película rapidamente
- Alta resistência à oxidação e à contaminação química, mantendo a proteção por mais tempo
- Propriedades de limpeza aprimoradas, que evitam acúmulo de borras e depósitos
- Compatibilidade com tecnologias de start-stop e regeneração de energia
Um exemplo é a linha Motul NGEN Hybrid, desenvolvida com foco em sustentabilidade e performance. Ela utiliza bases re-refinadas com desempenho equivalente ao óleo sintético tradicional, mas com menor impacto ambiental.
Usar o óleo errado pode sair caro
Ao contrário do que muitos pensam, nem todo lubrificante sintético é adequado para veículos híbridos. Usar o óleo errado pode causar:
- Aumento do atrito interno e perda de eficiência
- Formação de borra no motor
- Danos ao sistema de pós-tratamento de gases
- Redução da vida útil do motor
Por isso, é essencial sempre seguir o manual do fabricante e utilizar produtos homologados para sistemas híbridos.
Compreender os desafios da lubrificação em veículos híbridos é essencial para garantir maior durabilidade, desempenho e economia. Se você já tem ou está pensando em adquirir um híbrido, lembre-se: o tipo de óleo que você escolhe faz toda a diferença.